Investir na Crise: como o modelo de Microfranquia pode salvar um país

Está na hora de discutir a sociedade que a gente quer. Com o Brasil vivendo um momento complicado, a necessidade de buscar soluções para mudar este cenário só aumenta.

Mundo afora, por exemplo, o modelo que está surgindo como protagonista do desenvolvimento socioeconômico, especialmente, nos países emergentes é a microfranquia. E, se há solução para o nosso País sair da crise, ela está nas mãos desse braço do empreendedorismo.

Em diversas regiões da África e da Ásia, as microfranquias são usadas como meios para impulsionar a economia local e gerar uma série de vantagens sociais às comunidades onde os negócios atuam. A partir do modelo, pessoas que dificilmente teriam a chance (e a expertise) de se tornarem donas das próprias empresas aderiram ao empreendedorismo, gerando um avanço socioeconômico irreversível a elas e as suas regiões.

Investir na Crise
Foto: Driss Fettoul

Por seu custo reduzido – negócios de até R$ 80 mil, segundo definição da ABF, mas com muitas custando menos de R$ 10 mil com financiamento em até 48 meses com aval do Sebrae, – as microfranquias estão ao alcance de uma comunidade que está sendo obrigada a empreender sem ter nenhuma vocação. São estudantes, donas de casa e aposentados que buscam um complemento de renda e desempregados criando o seu “autoemprego”, indo à luta para mudar a própria realidade. Não por acaso, o número de abertura de empresas MEI (Microempreendedor Individual) está batendo recordes.

Nesse cenário, a microfranquia se apresenta como uma opção e tanto para a comunidade que quer empreender com quem já fez e deu certo. No entanto, é necessário muito cuidado para não se iludir. Por isso, o franqueado por trás do negócio deve saber trabalhar para desconstruir essas deficiências. Um processo que ainda está em desenvolvimento no Brasil. Ao contrário do que muitos pensam, o baixo investimento inicial não deve ser o único diferencial frente ao modelo já estabelecido de franquias.

Se bem compreendidas, as desigualdades entre os dois tipos de negócios podem possibilitar aos franqueadores e franqueados uma evolução em conjunto. Gerando, a partir das pernas dos próprios brasileiros, uma revolução interna no País. Mas isso exige trabalho – e uma mudança de perspectiva do empresariado.

Um modelo comercial sólido como este é, sim, capaz de promover o desenvolvimento econômico de maneira mais democrática, proporcionando oportunidades de empregos a todos, independentemente da sua habilidade empreendedora. Se bem diluído, esse novo conceito de microfranquia será capaz de compilar sozinho a replicação financeira, sustentabilidade e impacto social para pessoas com pouco capital e menores competências empresariais.

Para isso acontecer, é necessário que os franqueadores adotem diferentes abordagens, investindo na capacitação dos seus franqueados. Chegou a hora de treiná-los em diferentes áreas de negócios, como finanças, empreendedorismo, marketing, vendas e atendimento ao cliente. Com essa relação melhor definida, todos ganham: o franqueado aumenta seu poder aquisitivo e o franqueador expande seus negócios com qualidade. Um modelo de negócio que dá elementos para a empresa ter sucesso e o cidadão uma renda melhor.

Por Renato Ticoulat Neto, empresário experiente em franchising. Ex-Diretor da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Pioneiro no mercado de franquias de serviços, participou muito ativamente da elaboração do 1º Código de Auto Regulamentação do Franchising, da aprovação da Lei do Franchising e da Câmara Setorial do Franchising do Ministério da Industria, Comercio e Serviços.

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